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À Janela



Há muito que não contemplava por esta janela, em busca do sol, encontrada na abstração das nuvens. Há muito que não escutava este silêncio dos pássaros a cantar e do vento a respirar por entre os átomos da criação. Há muito que não me sentava com o meu pensamento só para parar de pensar e flutuar, transcender para esse lugar alheio ao espaço e ao tempo, esse lugar do sentimento onde o sol, as nuvens, os pássaros e o vento são ao mesmo tempo, juntamente com o meu olhar e o teu, e o nosso olhar partilhado. Esse olhar de quem olha para ver, de quem se deixa ser visto para ser, de quem se atreve a amar para viver e morrer, continuamente. Porque se há um céu na terra, ele está a janela, não lá em baixo, nem lá em cima, mas abrigado por detrás da brisa, na esperança que alguém contemple com atenção suficiente para desvendar o indesvendável e saber que tudo é magia, magia em movimento.

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