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Música




Existem ritmos para dançar, melodias para sorrir e letras nostálgicas que nos fazem refletir. E depois existe música. Música autêntica que nos toca. Ouvimo-la pela primeira vez e sabemos que nos conquistou, que nos tem na mão. Escutamo-la de manhã para acordar, de tarde para animar e a antes de dormir só porque sim. E repetimos, repetimos e repetimos até que, por algum motivo, nos apercebemos que afinal aquela frase inicial nos irrita, e que a nota aguda no refrão não soa assim tão bem... De repente, o que tão rapidamente nos tocou surge agora como um fardo do qual nos queremos distanciar. E é aí que regressamos às musiquinhas, às melodiazinhas, às letrinhas que vão soando bem, que vão entretendo, que nos vão iludindo. Só que um dia sofremos e noutro choramos e amanhã estamos tão felizes que os os diminutivos não preenchem o vazio e precisamos dela. Ou então não, e ela surge aleatoriamente na rádio anos mais tarde e percebemos o quanto nos faz falta, mesmo que canse e que seja sempre a mesma, ainda que aquela frase enerve; porque o que é despertado no nosso coração, mente ou qualquer outra parte do corpo que acorde, supera todas as eventuais particularidades e dúvidas, e que se existe felicidade é nesses míseros minutos, na repetição prolongada dessa genuína conexão...


Existem corpos para dançar, conhecidos para sorrir e amigos que nos fazem refletir. E depois tu, meu amor.



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