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A Linha e o Ponto



- A vida é um tempo presente contínuo. Todos os outros tempos não existem, não são reais.


- Espera. Então o tempo em que disseste “A vida é um tempo presente contínuo” já não existe?


- Existe, neste presente, porque é contínuo! “A vida é um tempo presente contínuo” que se renova constantemente a cada pestanejar de olhos. Ou seja, a vida são infinitos tempos presentes contínuos que reencarnam a cada instante.


- Não estou a perceber...


- Imagina uma folha branca com uma linha preta desenhada na horizontal, e um ponto no centro dessa linha. A vida é esse ponto. A tua existência consciente é esse ponto. Esse ponto que se move à media que a linha se move. Tu sabes que a linha está a seguir em frente, a viajar no tempo, no entanto não és capaz de desassociar o ponto da linha pois eles seguem em sintonia. Não és capaz de te transportares para onde já foi ou ainda vai ser.


- E quando recordamos ou sonhamos? Não estamos a viajar para outros tempos?


- Não. A justaposição em movimento do ponto e da linha é inalienável. Quando sonhamos ou recordamos usamos os nossos múltiplos olhos simplesmente. Queres ver? Abre os olhos. Observa o que está à tua frente. Agora mantém os olhos abertos e pensa no teu melhor amigo. Imagina-o a fazer a sua expressão mais característica. Conclusão? Enquanto imaginas o teu amigo, com os olhos abertos, tu sabes que estás no presente e que a imagem do teu amigo também. Ainda que de certa forma estejas a evocar uma recordação, essa recordação encontra-se agora contigo, no teu presente. Caso contrário, estarias na recordação e, consequentemente, por estares nela, não seria uma recordação, seria presente.


- E para que nos adianta saber tudo isto?


- Se tiveres consciência que a vida é um tempo presente contínuo, naturalmente entendes que ditas o teu próprio presente. Cada presente, cada escolha, determina o conjunto dos teus presentes. Viver conscientemente no presente é arquitetar a própria realidade.



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