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Quem Anda Ao Duche Molha-se



Os vários rituais de duche de diferentes seres humanos servem como uma excelente metáfora para as diversas formas de amar, considerando que existem também inúmeras intensidades de pressão da água e tipos de chuveiros.


Muitos participantes, a partir do momento em que abrem os olhos, só querem esconder-se debaixo da água. Deixam-na correr e correr como se não houvesse conta ao fim do mês, em slow motion, até que, inconformadamente, param, porque a pele já não tem por onde enrugar mais... Não sabem distinguir o que é higiene de exagero, mas ninguém os condena porque sabem que não vale a pena, que a única coisa que a pessoa pensa é nela e na banheira a descobrir o sentido da vida debaixo da água quente, escaldante, sempre escaldante, ao som de uma boa música de jazz, e na companhia de velas acesas....

Outros apenas despacham o assunto. Entram, champô, cara, pés duas vezes só para confirmar que uma pessoa sai limpa, e fora. Se pudessem nem se preocupavam, nem perdiam tempo, mas a sociedade tem disto, guiões e papéis chatos... e lá fingem que gostam para não parecer indelicado, para não cheirar mal...


Seguidamente vêm os bons praticantes dos banhos. Entram calmamente, aplicam o gel de duche nessa dose ideal para a maximização do conteúdo da embalagem, sem pressa, e, após fazerem o que tinham, saem sem arrependimento, pois apesar de amarem os seus dez minutos de higiene diária, sabem que a vida é feita de equilíbrio e ainda há que tomar o pequeno almoço...

O problema é que independentemente do tipo de duche que preferimos, estamos sempre sujeitos à pressão do chuveiro, à intensidade. Podemos precisar de uma força extra para aliviar as contraturas no pescoço, e se nos calhar um chuveiro fraquinho, ou calamos ou trocamos, sendo que na maior parte das vezes deixamos estar, afinal ele esteve sempre lá e tratar de ir à loja escolher outro dá demasiado trabalho...


Para além disso, resta o tipo de chuveiros; os pequeninos, as banheiras, os antigos, os modernos, os cubículos que nem a duche chegam... Pessoalmente, depende do dia, desde que possa regular a temperatura da água que haja o mínimo de pressão do outro lado sou uma mulher feliz e dada à higiene. E tu?


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