Reescrevendo
Tive uma ideia
A ideia genial
De começar a escrever
Sem saber o final
As palavras vão fluindo
As rimas vão surgindo
Os meus dedos vão desenferrujando
E a minha mente se vai libertando
Para dizer a verdade
Já não escrevia há uma eternidade
E quando se volta às origens
Há sempre receio, há sempre vertigens
Não das alturas, essas que dão tonturas
Mas de uma queda de algo mais elaborado
De um intelecto inexplorado
De um talento que não (sobre)viveu
De uma alma que não amadureceu
Mas a vida é isto de não saber
De desesperar e de se cair
De se molhar e de se esquecer de sorrir
De perder o foco e ter de o evocar
Para se voltar a essência
Para se reaprender a amar
E assim se vai não fazendo sentido
Por entre estas letras mal treinadas
De uma poetisa sem curso
De volta a esta vida condenada
De ser artista sem público
De ser rainha do nada.
Photo by Green Chameleon on Unsplash
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